sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Fantasmas

Alguma música tem a capacidade de chegar ao meu íntimo, despertar um sem fim de emoções e fazer-me sentir e pensar. São incríveis os efeitos que a conjugação de notas, acordos, palavras, vozes e/ou instrumentos podem ter.

Todos temos fases em que determinada música não nos sai da cabeça, e há sempre aqueles temas que nos lembram um determinado acontecimento, um sítio ou uma pessoa especial. Há músicas que nos fazem sentir bem, outras, mantém-nos em baixo.
"Don't stop me now" dos Queen enche-me de energia e faz-me sentir imparável. "Nessun Dorma" do Puccini arrepia-me! Já quando me sinto em baixo, Enya é um verdadeiro bálsamo.

Nos últimos dias, a música "Quem me leva os meus fantasmas" do Pedro Abrunhosa & Bandemónio não me sai da cabeça. Hoje, não tem sido excepção. Gosto da música, mas confesso que esta invasão cerebral me tem incomodado.
Já viram o videoclip?
Desde que o vi a música em questão adquiriu um novo significado. Aqueles rostos espelham verdadeiros fantasmas, fantasmas que fazem os meus parecer tão insignificantes. Sinto-me tão pequenina.
É dificil imaginar o que pode ter transformado aqueles rostos.
Será que os meus fantasmas me podem transformar num espectro de mim mesma?

Seguindo uma onda optimista proponho que afastemos as nuvens negras e exorcisemos os nossos fantasmas. Assim, sugiro algumas respostas para as questões mais do que pertinentes da canção:

De que serve o mapa se o fim está traçado?
Podem sempre encontrar-se atalhos! O caminho que fazemos até à chegada pode fazer toda a diferença, no final todos temos o mesmo fim.

De que serve terra à vista se o barco está parado?
Há que ser desenrascado! Que tal ir a nado?

De que serve ter a chave se a porta está aberta?
Uma chave também serve para fechar. E há coisas que merecem estar trancadas!

De que servem as palavras se a casa está deserta?
Esta é mais difícil... mas as palavras podem servir para chamar e aproximar!

Quem me leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?
Acredito que a esta só cada um pode responder. Mas aqui fica uma dica: não será melhor procurar as respostas em nós mesmos, em vez de ficar à espera que alguém nos salve?

4 comentários:

Unknown disse...

Pessoalmente, abomino o Abrunhosa. Mas admito que tem alguns muito bons poemas nas musicas. É ele que os escreve?

AlphaM78 disse...

Experimentar emoções a partir de sensações, a música tal como as outras formas de arte tem esse potencial.

Melhor que as respostas que dás é o exercício da procura delas (a essas perguntas tal como para as outras).
Não há só uma reposta, não há uma que nos satisfaça. Talvez haja por um tempo, mas não para sempre, caso contrário o exercício estaria concluído (e nunca está).

Quanto aos fantasmas, existem mesmo. É verdade, pelo menos os da música existem!
Cada um, no seu mundo, terá os seus. Há-os a quem os fantasmas perseguem porque deles fogem, menos os há que fazem o exercício de os observar, e ainda menos são aqueles que alguns dos fantasmas conseguiram eliminar ou controlar. O exercício é esse, identificá-los e eliminá-los ou controlá-los.

Vítor.

Filipe disse...

É impressão minha ou tu andas numa fase muito optimista da tua vida? Se assim for keep on going!...

Maçã Azul disse...

Vítor: mais do que encontrar respostas o objectivo deste post é tentar mostrar que se pode olhar de forma diferente para o que nos rodeia, para além do que poderia parecer mais obvio!

Filipe: ando numa fase boa. Já passei por melhores e por piores. É uma daquelas fases de auto-conhecimento e reflexão.
Mas em qualquer tipo de fase, tento ao máximo ser optimista!